A cada passo da reforma tributária, uma certeza se consolida: a tecnologia será protagonista nesse processo. Mas será que as empresas estão realmente se preparando para isso?
Recentemente, assisti a uma live sobre a adequação dos sistemas de ERP à nova realidade tributária e uma frase me marcou: “a reforma tributária está sendo construída”. E é exatamente isso — estamos no meio da construção. Não se trata apenas de aplicar novas alíquotas ou seguir uma nova regra, mas de estruturar toda uma lógica operacional e tecnológica.
Projetos ou programas? O que estamos realmente construindo?
Nos projetos que tenho acompanhado — e sim, gosto de chamá-los de projetos, embora o termo programa também seja usado — o que mais escuto das equipes é: “isso ainda vai mudar”. E vai mesmo.
Mas isso não é justificativa para a inércia. Pelo contrário, é justamente agora que precisamos começar. Cada empresa tem sua trajetória, mas é impossível ignorar o quanto esse processo de mapeamento e estruturação se parece com um jogo de Tetris: as peças vão caindo em velocidade crescente e, se não forem encaixadas com estratégia, o jogo trava.
Pequenas mudanças, grandes impactos
No dia a dia das empresas, percebemos que a tecnologia deixou de ser coadjuvante para se tornar peça central. Um campo novo no ERP pode parecer um detalhe, mas é capaz de alterar o fluxo de caixa, o preço dos produtos, os controles internos e até o relacionamento com o cliente.
Não estamos falando apenas de mudanças fiscais, mas de uma reconfiguração sistêmica — e isso exige mais do que apenas conhecimento técnico. Exige integração entre áreas, análise estratégica e, acima de tudo, planejamento.
A integração é o caminho
Se tem uma lição que esse processo vem ensinando, é que não dá para tratar tecnologia e tributos como setores isolados. A reforma exige um esforço conjunto: jurídico-tributário, TI, financeiro, compras, vendas — todos precisam estar na mesma mesa.
Empresas que já começaram esse movimento de integração e mapeamento estão saindo na frente. Mesmo com indefinições, há muitas frentes de trabalho que já podem (e devem) ser iniciadas. Esperar uma “versão final” da reforma para agir é arriscar demais.
E agora?
Se a sua empresa ainda não começou a mapear os impactos da reforma tributária, este é o momento. A construção está em andamento — e, nesse processo, cada passo dado com consciência e estratégia fará diferença lá na frente.
Esse é o momento de sair do campo da expectativa e entrar no da preparação.
Checklist de reflexão: sua empresa está mesmo preparada?
Antes de pensar em soluções, vale refletir:
- As lideranças das áreas-chave já conversaram sobre os impactos da reforma?
- As decisões sobre tecnologia estão considerando os riscos e exigências tributárias?
- Sua equipe está preparada para lidar com mudanças legais e sistêmicas simultaneamente?
- Existe clareza sobre como a reforma pode afetar o modelo de negócio da empresa?
- A empresa conta com apoio especializado para tomar decisões com segurança?
Se essas perguntas causam desconforto ou ficam sem resposta clara, talvez seja hora de repensar o quanto sua operação está realmente pronta para o que vem aí.